quinta-feira, 23 de maio de 2013

Senhor sem pudor


Desde pequena empurrei carrinho
"Brinquei" de casinha
Cuidei de Bebê.
Cresci à distância
Da minha infância
Sem poder escolher

Roubaram a ingenuidade
da minha idade
Até hoje sinto saudade
Do que não pude ter

Ainda sinto a dor
Sabor de veneno
Ninguém está vendo
Chorar não adianta
Arrancaram a garganta
No corpo a vergonha
Que não vai se perder

Roubaram a ingenuidade
da minha idade
Até hoje sinto saudade
Do que não pude ser

terça-feira, 21 de maio de 2013

Choro de cego


Tão ocupado
Que não percebeu ao seu lado
Um rosto calado
Deitado no chão

Sem esboçar reação

Olhar deprimente
Só olha pra frente
Não se mistura com a plebe
Não percebe
Que sua atitude o força
A mergulhar de cabeça na fossa
De merda criada
Em sua teoria furada

Se prende ao comum
É apenas mais um
Não pensa além
Não sabe a força que tem

"Quanto isso vale?"
Não percebe o detalhe

Olha mas não enxerga
Se envolve mas não se apega

Só vai saber o real valor
Quando aprender pela dor
Não adianta conhecer tantas cidades
E se perder em suas futilidades

Nasceu sem dente e pelado
Mas faz pose de nariz empinado
O que adianta ter dinheiro e beleza
Se no peito ainda falta a verdadeira riqueza?

domingo, 12 de maio de 2013

Dez encontros


Você me diz o que dizer
faz parecer que é bacana
finge que ama
Se perde comigo
Me faz de abrigo
Se enche de orgulho
Maldito entulho
Que guarda em você.

É fácil prever
Sorriso de princesa
pra esconder a fraqueza
Que guarda no peito
Se dê o respeito
Suprir sua carência
Preencher a ausência
Com casos banais.

E digo mais
A cada dia que passa
nessa vida devassa
Te mata por dentro
Eu juro que tento
Te tirar da cilada
Mas já é marcada
A suplicar por paixão.

Mendigar atenção
Inflar o seu ego
egoísta e cego...

Enfim, se sentir bem.

Escute neném
Escute bem o que falo
Não deixe escorrer pelo ralo
A sua virtude
Não seja rude com seu sentimento
coração de cimento
Não lhe privará de sofrer.

Quer saber?
Você é melhor que imagina,
selvagem menina.